segunda-feira, 8 de março de 2010

PORQUE O DIA 8 DE MARÇO:

Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, declarar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Desde então, o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma em todo o mundo.

O QUE SE PRETENDE COM A MOBILIZAÇÃO DESTE DIA:

Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher, e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher e garantir os seus direitos enquanto cidadã.

Entre esses direitos podemos citar:

Direito à igualdade - A Constituição veda qualquer forma de discriminação, seja em função do sexo, idade, condições físicas e mentais, de raça, origem social ou geográfica, opções políticas, filosóficas ou religiosas;

Direito à saúde - A saúde, é um dos direitos fundamentais da mulher. A função reprodutiva a expõe a tensões e riscos durante grande parte de sua vida. Nos países pobres morrem 90% de mulheres por causas relacionadas com a gravidez e o parto;

Direito à vida sem violência e discriminação, ao trabalho e salários dignos, à moradia, à educação, à saúde sexual e reprodutiva, direito à participação política, direito à programas de geração de renda, direito à posse da terra, direito ao acesso a linhas de crédito, entre outros.

De 04 a 15 de setembro de 1995, em Pequim, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu a 4ª Conferência Mundial da Mulher, na qual 181 países assumiram o compromisso de combater o obstáculo e promover o avanço da mulher. Somando o fórum das ONGs (Organizações não governamentais) e o encontro das Delegações oficiais, a Conferência da mulher foi maior reunião organizada pela ONU, nos seus 50 anos de história, com 47.000 participantes.

No contexto da agenda social, o Governo Federal promoveu um diálogo com as mulheres brasileiras de todos os estados e dos municípios através da realização de duas Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres, nos anos de 2004 e 2007. Como resultado desta mobilização nacional, a SPM formulou e vem implementando o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.

O II PNPM norteia-se pelos princípios éticos e políticos baseados no fortalecimento da igualdade entre homens e mulheres, respeito à diversidade, promoção da autonomia das mulheres assim como no estímulo à participação e ao controle social.

No Brasil, as mulheres constituem um segmento em desvantagem no mercado de trabalho, nas instâncias de decisão e na vulnerabilidade à violência doméstica Os indicadores de renda, trabalho, saúde, e representação política apontam para relações desiguais e hierárquicas de poder e distribuições de recursos entre homens e mulheres.

Para atingir garantir a dimensão universal da política e assegurar os direitos eqüitativos para homens e mulheres as políticas públicas têm que considerar tais desigualdades e dirigir esforços específicos para combatê-las. O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres é uma ferramenta fundamental neste sentido e será fortalecido cada vez mais através de sua implementação nos municípios brasileiros.

Nós psicólogos também temos nosso papel neste processo, e para tanto temos que fortalecer o nosso compromisso social, trabalhando no sentido de diminuir as desigualdades e discriminações, sempre visando o empoderamento das pessoas, principalmente aquelas que são vítimas de qualquer forma de discriminação, violência e opressão.

Esse caminho só pode ser construido por mulheres e homens que acreditam e lutam por esse ideal. Temos que somar os esforços de todos, pois só assim poderemos vislumbrar as tão sonhadas transformações.

E que esse 08 de março possa nos trazer todas essas inquietações e reflexões, pois só assim poderemos ser protagonistas desse momento histórico, e construir uma psicologia voltada para essas questões.

Att

Priscila Batistuta Nóbrega - Psicóloga

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