quinta-feira, 1 de abril de 2010

Governo Serra: 39 meses de desprezo a programas sociais

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, renuncia hoje ao cargo de governador de São Paulo deixando um histórico de baixos investimentos em programas sociais, no combate à criminalidade e também em infra-estrutura.


Das 805 ações previstas no orçamento de 2009 para essas áreas, Serra deixou de executar 133 e executou apenas parcialmente 732, segundo relatório produzido pela assessoria financeira do PT na Assembleia Legislativa.

No ano passado o Governo Serra previu investimento de R$ 1,29 bilhão para a melhoria das estradas vicinais, mas investiu somente R$ 617 milhões - menos da metade. Na área da saúde o programa Dose Certa, que fornece remédios gratuitamente à população pobre, recebeu R$ 12 milhões menos do que o orçamento previa. Serra também deixou de aplicar R$ 28 milhões destinados ao Programa Ler e Escrever, R$ 92 milhões previstos para a reforma de fóruns e R$ 59 bilhões que reservara no orçamento para o Programa Inteligência Policial.

Em outras áreas o Governo Serra se omitiu inteiramente. Não investiu nenhum centavo, por exemplo, em ações para redução da mortalidade materna e infantil; em projetos do fundo paulista de habitação de interesse social, na concessão de subsídios habitacionais; na inclusão de jovens e adultos no ensino médio/EJA; em crédito para expansão no agronegócio paulista, na organização e realização de conferências de saúde e no monitoramento do sistema educacional paulista.

Num balanço que publica hoje sobre os três anos e três meses do mandato de Serra, o jornal Valor Econômico diz que o governo dele aumentou investimentos com foco na área de Transportes, reduziu despesas com pessoal, aumentou a arrecadação tributária, intensificou a privatização, aumentou o endivididamento do estado, produziu avanços apenas tímidos na educação e, na área de segurança pública, assiste a um aumento na taxa de homicídios.

CONFRONTO

Ontem Serra inaugurou mais uma obra inacabada - o trecho sul do rodoanel, que custou R$ 5 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão saiu do governo federal. Quando for aberto ao trânsito, o rodoanel vai interligar sete rodovias e aliviar o tráfego na capital paulista.

A solenidade colocou em lados opostos manifestantes em greve e operários do Rodoanel. Serra foi surpreendido por um grupo até então comportado, mas que sacou cartazes e apitos antes de que o governador tomasse a palavra. Eram professores pedindo que Serra abrisse negociações com a categoria.

Serra iniciou sua fala como se nada ocorresse. Porém, alongou as apresentações, citando cada um dos prefeitos, deputados e autoridades presentes. Quando o som dos apitos diminuiu e o volume das caixas de som foi aumentado, Serra fez uma saudação veemente aos que trabalharam na obra e foi ovacionado.

A partir daí, os dois grupos se insultaram.

Brasília Confidencial

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